domingo, 17 de abril de 2011

As práticas cosntroem...

   Abstraindo problemas técnicos e nervosismo decorrente disso e da própria apresentação em si, pode-se dizer que o seminário foi apresentado – dia 15 de abril de 2011 – de forma satisfatória, afinal, o conteúdo e/ou idéia que se desejava, foi transmitida, ainda que de modo superficial, dada a limitação de tempo de 20 minutos. Mas isto não é problema em um blog.
   Comecemos questionando: Qual o problema do individualismo?!
   O ser humano é um único ser, não dois, não três... Não mais que um, enfim. O ser humano já nasce individual, único, exclusivo. Assim é sua natureza mais simples e também a mais profunda. Mesmo quando gêmeos univitelinos, cada ser humano possui um EU interior exclusivo. A natureza determinou incontestavelmente assim: cada um é único.
   Talvez o maior problema atual do ser humano contemporâneo, haja vista que origine a decorrência de tantos outros problemas; seja temer o individualismo, não conseguindo crer no seu próprio potencial e capacidade ilimitada de transformar, modificar, alterar, construir e reconstruir o meio em que vive e sua própria personalidade. O individualismo é por si só uma palavra que já causa repúdio, por associarem-na erroneamente ao egoísmo e ao egocentrismo.
   O ser humano parece não conseguir desvincular-se da idéia de manter-se no coletivo, no agrupamento, na sua consolidação em grupos. Criou-se certa dependência inconsciente da motivação alheia para se executar tarefas, originar idéias ou mesmo para se pensar sozinho.
   Talvez este desejo por união, esta ligação, possa ser explicada a partir da análise e estudo da antiga história e da pré-história, onde manter-se em grupos, sem dúvidas, traria ao indivíduo a verdadeira sensação de estar mais fortalecido, mais seguro e encorajado, do que estando sozinho “mundo a fora” em meio a tantos iminentes riscos e perigos e até predadores. Por questão até de sobrevivência, o ser humano talvez possa ter embutido em seu subconsciente e repassado de geração para geração, por convenção cultural e hábitos cotidianos, a tradição e vivência (experiências práticas) de que estar    agrupado sempre o favoreceria. Até então, é completamente compreensível e até plausível a criação de certa dependência coletiva, aceitável, neste caso. Porém, nos dias de hoje, em meio à realidade atual, este conceito deve ser revisado em caráter emergencial, pois o comodismo e a desmotivação predominam em todos os grupos e aparentam residir em cada ser humano.
   Provavelmente o ser humano vá, em um breve futuro, perceber seu poder individual e executá-lo sem necessitar em nada de esperar pelos outros para a tomada de atitudes e a criação de novas idéias revolucionárias.
   Já não cabe mais no mundo atual, o conformismo e a aceitação pelo medo ou pela descrença no sucesso de se opor ao que se vê como erro. O fracasso e a derrota não são dignos de serem levados adiante.
   O medo deve dar lugar à coragem, tal como um espaço físico que é ocupado por um ou por outro, dentro de um espaço restrito, em que só cabe a permanência de apenas um de ambos.
   A escolha é uma capacidade, um potencial do ser humano que deve ser desenvolvido com urgência.
   O mundo e as razões estão em caos. Precisa haver a reconstrução de conceitos, ciências, razões, e tudo que se tem por base da sociedade.
   Automaticamente, o poder do Eu, ou chamado por muitos erroneamente de individualismo, causa o questionamento de que todas as práticas, atitudes e pensamentos individuais estejam ligados ao coletivo e levem a ele, levem ao comunitário. Claro que esta e nunca se desvinculará, afinal, enquanto seres humanos convivendo em sociedade é impossível abstrair o “mundo em que se vive”.
   O que precisa ser entendido nesta filosofia, é que não se trata de desvalorizar ou tentar abstrair o coletivo, o grupo, a sociedade enfim, mas sim, trata-se de valorizar o poder do Eu interior de cada ser humano.
   É pela auto-percepção de seu potencial e capacidade de executar, criar, construir, etc; sem depender do outro para a tomada de atitudes.
   Com corriqueiras e pequenas, porém relevantes e consideráveis atitudes cotidianas, por exemplo, gera-se a prática e a prática constrói hábitos, que constrói imensuráveis infinidades de possibilidades, até mesmo adesões coletivas por compatibilidade de pensamentos, por exemplo. Ocorre assim a fusão do individual para o coletivo. Mas há de se manter o princípio do poder do Eu interior, frente a isso, mantendo-se tal como um músico, em uma orquestra, que ocupa sua posição com seu instrumento fazendo toda a diferença no conjunto da ópera.
   Para estar na orquestra, o indivíduo há de saber tocar muito bem seu instrumento. Ninguém nasceu sabendo, todos aprenderam pela capacidade e potencial desenvolvidos, cada um a seu justo tempo, com indefinido tempo diário dedicado ao propósito, pertinente a cada um.
  Não se trata de um árduo trabalho, apenas aparenta falsa complexidade. Mantendo-se a base do crer em você mesmo, o resto tornar-se-á simples, de fácil execução e clareza. Toda coragem, toda motivação, toda a força e determinação para a tomada de atitudes e criação de novas idéias, surgem com a crença no poder do seu eu interior.
   É isto o que se convida a se trabalhar, a se desenvolver: crer no seu poder do Eu e excutá-lo.
   Quando todos acreditarem nisto, e executarem de forma plena, há de se crer então, cada um ocupará na ópera da vida, a posição e instrumento escolhidos e o conjunto da obra resultará no tão desejado mundo mais justo, mais honesto, mais honroso, auto-sustentável e mais digno.

    Segue abaixo, uma breve pesquisa, em caráter de elucidação, sobre  a palavra:Individualismo”

              ( Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre, http://pt.wikipedia.org/wiki/Individualismo)
    Individualismo é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade e ao Estado .
   O Homem do renascimento passou a apoiar a competição e a desenvolver uma crença baseada em que o homem tudo poderia,desde que tivesse vontade,talento e capacidade de ação individual.
   O individualismo, em princípio, opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se em oposição ao coletivismo, no que concerne à propriedade. O individualista pode permanecer dentro da sociedade e de organizações que tenham o indivíduo como valor básico - embora as organizações e as sociedades, contraditoriamente, carreguem outros valores, não necessariamente individualistas, o que cria um estado de permanente tensão entre o indivíduo e essas instâncias de vida social.
   Segundo Sartre, mesmo dentro do maior constrangimento - político, econômico, educacional ou outro -, existe um espaço, maior ou menor, para o exercício da liberdade individual, o que faz com que as pessoas possam se distinguir uma das outras, através das suas escolhas.
   O exercício da liberdade individual implica escolhas, que, nas sociedades contemporâneas, frequentemente estão associadas a um determinado projeto. Indivíduos desenvolvem seus projetos dentro de um campo de possibilidades e dado um certo repertório sociocultural - que inclui ideologias, visões de mundo e experiências de classe, grupos, ethos, dimensões nas quais o indivíduo se insere.
   Nas sociedades contemporâneas, uma vez que o indivíduo se constitui na relação com o outro e em função de várias experiências e papéis sociais, participando de vários mundos, a sua personalidade não é um monolito: o indivíduo não é um mas muitos, em função de suas circunstâncias. Uma primeira dificuldade do individualismo seria, portanto, a de definir o indivíduo, destacando-o da esfera do coletivo - que, de certa forma, o constitui e lhe dá sentido.

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