sexta-feira, 27 de maio de 2011

Movimentos Sociais

"Nos deram espelhos e vimos um mundo doente"

(Ilustração: Elaine Daniela Nascimento em 08/12/1996)

   Devido à globalização os movimentos sociais são hoje globais. A lista é imensa desses movimentos a cada dia nasce um novo, os temas e as ideologias são diversos seja referente ao bullying, direito homoafetivos, direitos dos animais, ecobags, enfim hoje eles possuem corpo, endereço e seguem “preceitos ideológicos”.

    Em vez de criarmos novas entidades a todo tempo para solução de nossos problemas, não seria necessário revermos o modelo de ser humano que está agindo no mundo?
    Essas entidades sociais existem por causa dos problemas gerados por nós seres humanos, gerados estes problemas criamos entidades para resolvê-los, essas entidades têm problemas porque são conduzidas por seres humanos, surgindo assim novos problemas.
    Será um ciclo vicioso ou será apenas condição humana?

Ao olhar para o céu...


    O ser humano nem sempre foi assim!
    No passado remoto da humanidade, a natureza era sentida como uma potência superior à qual os homens estavam submetidos.
    Os fenômenos naturais eram compreendidos como “fenômenos sagrados”, que revelavam uma intenção. Ora eram vistos como recompensa ou punição divina pelos atos humanos, ora eram percebidos como a própria manifestação dos deuses, que conversavam diretamente com os homens.
    Esse respeito e temor foram sendo gradativamente reduzidos, à medida que as sociedades se tornavam mais complexas e desenvolviam novas formas de conhecimento.
   Por meio do conhecimento racional, o homem foi se distanciando dos mitos sobrenaturais, que o ligavam à natureza.
    Diz-se isto, apenas para nos apercebermos de que é necessário olharmos para o céu e vermos o quanto somos pequenos diante da infinitude do Universo.
    Necessário se faz percebermos que não somos o centro do universo e muito menos superiores a tudo e a todos. A necessidade é gritante de repensarmos quem somos, e para onde vamos.
    Dica de site para lembrar o quanto somos microscópicos diante do Universo: www.solarsystemscope.com

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Propaganda gratuita?


   A Metalsinter produz peças sinterizadas e equipamentos para filtragem que atendem do segmento ligado às Cias. de Petróleo (especialmente postos de serviço, onde é lider de mercado na produção e venda de equipamentos filtrantes para óleo diesel) até as indústrias em geral, com a fabricação de filtros para óleos lubrificantes e isolantes, querosene, gasolina, álcool, ar, água, esgoto, efluentes industriais e demais fluidos.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Você conhece a Disneylândia?

                            (Titãs - Disneylândia)

Dicas para um Seminário

    Nas datas de 18/04/2011 e 10/05/2011, o Professor Fernão*, da disciplina de Introdução à Filosofia, fez algumas importantes colocações, dando orientações sobre como montar e apresentar um seminário, e tomei a liberdade de lhes fazer um  resumo com 12 delas, sobre as palavras dele, haja vista, creio, possam ser dicas que irão ajudar muito:
  1. Não resumir apressadamente o texto, mas sim, examiná-lo, analisá-lo e fazer um bom apanhado geral para explicar e destrinchar ao máximo.
  2. Seguir a ordem, a progressão e a organização da estrutura do texto e proposta do autor.
  3. Mostrar a ênfase de apresentação conjuntamente (com o grupo)
  4. Não omitir partes importantes do conteúdo da obra, inclusive, verificando notas de rodapé.
  5. Lembrar que tudo no texto é relevante, se não, não estaria no texto.
  6. Não precisa destrinchar o texto como um especialista, mas não se pode deixar de explicar o texto em seus aspectos mais importantes.
  7. Para analisar, primeiramente deve-se subdividir o texto, lendo e relendo até não restar dúvidas.
  8. Fazer uma breve introdução, explicando o que vai ser falado, na apresentação do seminário
  9. Trabalhar sempre exclusivamente dentro do texto
  10. Ancorar-se em evidências textuais
  11. Nunca afirmar o que o autor só supõem
  12. Dividir o texto em partes tão fortes quanto, para cada membro do grupo apresentar.

(* Professor: FERNAO DE OLIVEIRA SALLES DOS SANTOS CRUZ )

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Albert Einstein -Máximas e aforismos


"Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é conseqüência."

"O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário."

"Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto."

"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor,a eletricidade e a energia atômica:A VONTADE"

"Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento."

"Os ideais que iluminaram o meu caminho são a bondade, a beleza e a verdade."

"O verdadeiro sinal de inteligência não é o conhecimento, e sim a imaginação."

"O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes."

"Que triste um período em que é mais fácil de esmagar um átomo do que um preconceito!"

"Fórmula para o sucesso: a = x + y + z , onde x é trabalho, y é lazer e z é boca fechada."

Você acredita na sua liberdade?

   Este vídeo é uma homenagem especialmente dedicada à você , nesta sexta-feira, que fala crer em termos liberdade...Cuidado pra não beber e cair, pois ao levantar, seu vídeo pode estar no youtube, acessado por mais de trezentas mil pessoas e você nem vai estar sabendo...

Não confunda ética com éter...

"É preciso acreditar num novo dia
Na nossa grande geração perdida
Nos meninos e meninas
Nos trevos de quatro folhas
A escuridão ainda é pior que essa luz cinza"
(Legião Urbana- Natália)

Valores?!


Mafalda : "O que tem nesse recorte de jornal, Manolito?"
Manolito: "As cotações do mercado de valores"
Mafalda: "De valores morais? Espirituais? Artísticos? Humanos?"
Manolito: "Não, dos que servem para alguma coisa."

Autonomia intelectual

Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”     (Paulo Freire)

(O pensador, de Auguste Rodin)  

 
As instituições de ensino brasileiras são caracterizadas por ensinarem a dependência intelectual em vez da autonomia intelectual.
    A autonomia intelectual e a curiosidade natural são cruciais para uma excelência no ensino e para uma excelência nas investigações.
    As instituições de ensino estão preparadas para ensinar aos estudantes apenas os resultados consensuais de determinada área, e esperam dos estudantes que compreendam os resultados da disciplina em estudo e que saibam aplica-los no desempenho da profissão escolhida.
    Como conseqüência desse método, temos cada vez menos pessoas não sabem resolver problemas reais, só temos pessoas que aplicam (muitas vezes mal) as teorias propostas por alguém, ou seja, ficamos sem autonomia intelectual.
    Quando um problema não é suscetível de resolução científica considera-se que é inútil tentar resolve-lo, como é o caso da filosofia que trata de problemas abstratos, porém fundamentais da ordem do ser, dos valores e do conhecimento.
    Todavia a filosofia esta dentro deste sistema educacional, e por isso ensina-se história da filosofia ou mesmo aprecia-se a beleza estética dos textos filosóficos, em vez de se ensinar a filosofar.
    Filosofar é saber formular ou reformular problemas, teorias e argumentos originais. Compreender não basta é preciso ter uma atitude ativa diante dos textos e não é preciso décadas de estudo intenso.
    No final das contas, somos como um boi reprodutor, apenas somos capazes de reproduzir, reproduzir, reproduzir, reproduzir...

A virtualidade da “consciência social”

    O Quarto Poder é uma expressão utilizada para caracterizar a mídia, fazendo alusão aos três poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo) que compõe o Estado Democrático.
     Infere-se esta característica a mídia, pela sua capacidade de manipular a opinião pública, a ponto de ditar regras de comportamento e influir nas escolhas dos indivíduos e da sociedade.
  Somos bombardeados diariamente por comerciais/propagandas sejam governamentais, de hipermercados, bancos, cia automobilísticas, etc, que possuem na sua essência o marketing da consciência social, tanto que, ao final dessas propagandas somos capazes até mesmo de chorar.


A mídia se apodera de tudo (até de nossos afetos), para utilizar como ferramenta a favor do sistema capital, por isto, “consciência social” hoje é a essência do marketing social dos bancos e logo será uma marca comum vendida em uma loja de departamento.

Atenção para não comprar esta marca!

sábado, 14 de maio de 2011

Os Valores Morais e sua Importância na Sociedade

(Ilustração: Elaine Daniela Nascimento)

 Desde o nascimento nos é ensinado o que é certo e errado e a partir disso reproduzimos os valores impostos pela sociedade. Antes de mais nada, valor moral pode ser definido como "respeito à vida", não apenas a vida individual mas sim a vida coletiva, já que vivemos coletivamente, dependendo uns dos outros.
    A última pesquisa de IVH (Índice de Valor Humano) mostrou que na opinião dos brasileiros, de forma geral, o que é necessário mudar no Brasil para a qualidade de vida melhorar de verdade é em primeiro lugar, a educação, seguida de política pública, violência, valores morais e emprego. Já no Estado de São Paulo houve uma variação em relação à opinião nacional, ficando valores morais em primeiro lugar.
    De qualquer modo, a discussão sobre os valores morais se mantém em posição de destaque, visto que a sua compreensão é deveras importante para o bom funcionamento da sociedadde como um todo. Mas como e quando ficou definido o que é correto e o que é considerado errado do ponto de vista social? Tanto religião quanto o livre arbítrio do homem se relacionam com a construção dos ideais de ética e moral, sendo que estes são passados de geração para geração, numa linha perpétua de integração em nossa sociedade. A religião oferece ao homem os pilares necessários para a interpretação sobre a distinção entre o certo e o errado, e ao homem cabe o livre-arbítrio e bom senso para " moldar" estes pilares de acordo com as necessidades coletivas.
    Mas por que os valores morais são tão importantes na sociedade? Ora, eles são os responsáveis pela manutenção da ordem entre as pessoas, sendo inclusive ensinados desde o berço. É fácil imaginar em que situação o mundo se encontraria atualmente caso o homem ignorasse as leis formuladas a partir dos conceitos de ética e moralidade. É certo que o homem possui o direito de ter sua liberdade de expressão e escolha, porém tudo é passivo de limites. Caso contrário, diante de quaisquer adversidades que surgissem em nosso caminho, retornaríamos ao nosso estado primitivo e resolveríamos todos os problemas de maneira antiquada, desprovida de ética e moral, como fazem os criminosos, notadamente não seguidores dos valores morais.
    Em síntese, valor moral além de ser um instrumento indispensável para o bom funcionamento da sociedade e integração dos indivíduos nela, também significa respeito à vida. À nossa vida e à vida das pessoas ao nosso redor.

(Texto de: Tábata Larissa)

Amoralidade da vida


Hoje em dia é impossível ignorar o grande debate sobre ética que corre o mundo, debate este que discute a possibilidade de criar um conjunto de normas éticas universais que esbarra no multiculturalismo.

O ser humano age no mundo de acordo com valores, isso significa que as coisas e as ações que se realizam podem ser hierarquizadas de acordo com as noções de bem e de justo compartilhadas por um grupo de pessoas em um determinado momento. Em suma o ser humana é moral, avalia sua conduta a partir de valores morais.

Mas, qual a diferença entre moral e ética?

A palavra moral vem do latim mos mor – “costumes”, e refere-se ao conjunto de normas que orientam o comportamento humano tendo como base os valores próprios de uma dada comunidade ou cultura, como as comunidade e as culturas são distintas são gerados códigos morais diferentes.

A palavra ética, por sua vez, vem do grego ethikos, “modos de ser”, “comportamento”, e se aplica à disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas morais elaborados pelos homens.

Assim, ética é uma disciplina teórica sobre uma prática humana, que é o comportamento moral.

Com base na explicação acima, se partimos do pressuposto que a moral é um conjunto de regras que determina o comportamento humano em determinado espaço ou época, podemos inferir que a moral é uma criação humana, portanto, a vida na sua essência é amoral. E se a vida é amoral e este conjunto de regras é uma criação humana, como sabemos se estamos agindo de maneira correta, quem nos garante que esses valores são benéfico a raça humana?

Diante disto, é de suma importância a conscientização e reflexão sobre os fundamentos que regem esses valores morais, pois tudo está infectado por eles, desde nossos Código Legais (Constituição Federal, Código Civil, Penal, Ambiental...) até a maneira de como educamos nossos filhos.

Diante disto, como é dito na canção “divino maravilhoso” de Gil e Caetano Veloso (vídeo postado), é preciso atenção para com a vida, pois tudo é divino maravilhoso, e o que conta ao final, é a virtude de cada um como modo de ação num mundo sem honra.

*Dica de filme: A lista de Schindler (1993, EUA, direção: Steven Spielberg): filme sobre industrial alemão que salva centenas de judeus poloneses durante a Segunda Guerra Mundial. Mostra como o componente moral de um indivíduo pode interferir nas suas decisões e escolhas, levando-o a ações fundamentais em sua vida e nas vidas de outros seres humanos.

O que determina o ser humano?


Se pensarmos a razão como essência e não como modelo de pensamento, podemos inferir que ela coexiste ao ser humano (é inseparável), mas será que a razão é o que determina o ser humano?

A psicanalista inglesa Melanie Klein, transformou totalmente a doutrina freudiana clássica e criou não só a psicanálise de criança, mas também uma nova técnica de tratamento de análise didática.

Sua teoria inicia-se na vida intra-uterina, onde o feto tem a experiência de paraíso (vida de plena), pois não há preocupação, não há dever só prazer.

Quando do nascimento a criança experimenta um trauma (expulsão do paraíso) e inicia seu contato com o mundo, normalmente através da amamentação (dependência da mãe). Além disso, também se inicia a construção da psique da criança que, para Freud se dá á partir dos 3/4 anos, enquanto para Melanie Klein à partir dos 3 meses.

O inicio da construção da psique é marcado por uma guerra entre ID (pulsão de vida - instinto), EGO (princípio organizador) e SUPEREGO (contrapeso, moralidade). Esta guerra é iniciada pela introjeção do seio bom (objeto bom) ou seio mau (objeto mau), isto quer dizer, se a criança é bem amamentada e se sente satisfeita ela introjeta o seio bom, caso isto não ocorra, ela introjeta o seio mau.

Nestes termos, a estrutura psíquica do ser humano tem origem nos afetados, isto quer dizer, a forma com que a criança é afetada pelo objeto é que determinada sua ação, então, o que determina o ser humano são os afetos e não a razão. A razão é uma propriedade do ser, ela dita os limites que permitem organizar o caos que somos.

Porém, se os afetos impulsionam nossa vida, não será necessário uma dose de delimites, porque criamos na nossa sociedade um número excessivo de limites que não se justificam perante a vida e que não existem como meios para atingir a própria vida.

Além disso, não será necessário revermos o modelo de pensamento racional, que para se manter como modelo de discurso, afastou todos que atentassem contra ele – os que deliram se excedem se desequilibram. Quando a razão se tornou o ideal de interpretação do mundo, a ausência de razão passou a ser o que devemos excluir banir da sociedade.

Somente, tendo em mente o que determina o homem e o modelo de pensamento que dita nossas ações, é possível pensarmos um sujeito autônomo que haja no mundo de forma consciente.

Dica de vídeo palestra – CAFÉ FILOSÓFICO CPFL CULTURA: Como viver a intensidade dos afetos? Essa é a pergunta que Nelson Lucero e Viviane Mosé respondem neste Café Filosófico.
http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/11/19/integra-o-que-podem-os-afetos-viviane-mose-e-nelson-lucero/

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Um conto de terror e filosofia, nesta sexta 13...

Conto: A gota de mel

Num vilarejo, um camponês abrira pequeno empório. Certo dia veio um pastor de aldeia vizinha, rapaz alto, robusto, atlético, cajado no ombro, canzarrão do lado.
– "Bom dia, amigo! Queria um pouco de mel. Você tem?".
– "Bom dia, pastor! Claro que tenho. Pega uma tigela e traz aqui!".
E assim, com sorrisos e boas maneiras os dois conversavam quando, de repente, uma gota de mel caiu no chão. Imediatamente uma mosca posou nela. O gato do camponês, deitado que estava, ouvindo o zunido da mosca abriu um olho e aproximou-se bem devagarzinho do inseto. De repente com uma patada matou a mosca. Mas o cão que estava atento pulou encima do gato, sufocou-o debaixo dele, mordeu-o e por fim matando-o jogou-o longe.
– "Meu gato! Meu gato!" gritou o camponês. "Meu único companheiro, você o matou!" e pegando um espeto de ferro que estava a mão, enfiou-o goela abaixo do cachorro.
– "Seu canalha, patife, safado!" gritou o pastor. "Você matou o meu ganha-pão, meu fiel companheiro, guardião das minhas ovelhas" e levantando o cajado desferiu terrível golpe na testa do camponês que se estatelou não chão dando o último suspiro.
Um vizinho que passava presenciou a cena e começou a gritar:
–"Assassino! Mataram o nosso amigo! Venham ver".
A aldeia toda acorreu. Homens, mulheres, crianças, pais, mães, filhos, filhas, irmãos, irmãs, sogros, sogras, noras, genros, cunhados, cunhadas acorreram e vendo o pastor com o cajado na mão começaram a apedrejá-lo. Pouco depois o forasteiro desabou e foi trucidado ali mesmo.
Um compatriota do pastor que estava presente, logo correu para a aldeia vizinha e começou a gritar:
–"Mataram nosso pastor! Os covardes atacaram-no todos juntos! Não lhe deram chance! São assassinos!".
A aldeia inteira se levantou e marcharam em direção a aldeia vizinha, alguns com espingardas, outros com picaretas, espadas, pás, pedaços de pau, machado, alguns a cavalo outros a pé, gritando:" Que tipo de gente é essa? Um pobre rapaz vai fazer compras e é assassinado! Que costume bárbaro! São verdadeiros selvagens! Vamos vingá-lo! Vamos!".
E deu-se uma verdadeira batalha. Era para ver quem mataria mais. Com gritos selvagens engalfinhavam-se. O sangue, feito rio, corria pelas ruas. E tudo se acalmou quando não havia mais ninguém dos dois lados.
Esses vilarejos situavam-se de um lado e de outro da fronteira de dois países. Quando o rei de um deles soube do acontecido, convocou seus ministros e disse:
  "Acabo de ser informado que nossos vizinhos atravessando a fronteira, vieram para massacrar nosso povo. Não podemos tolerar tal agressão. Que nosso exército seja mobilizado. Vamos atacar esse país de covardes!"
O outro rei, por seu turno, fez exatamente o mesmo. Iniciou-se então uma guerra sangrenta que duraram anos e anos, semeando terror, fome, e desgraça.
Quando os países ficaram exauridos, a guerra acabou. Os sobreviventes, nunca souberam o motivo dessa guerra.
Muitos anos mais tarde, tudo entrou na normalidade. Tudo foi esquecido pelas novas gerações e as pessoas voltaram a comprar mel ou vinho, sendo bem atendidos nos dois lados da fronteira.

(Ilustração: Elaine Daniela Nascimento- Em 09/02/1999)


Este foi um conto de Hovanés Tumanian, que foi um dos maiores poetas da língua armênia de todos os tempos.
Nasceu em 1869 no vilarejo Dsegh, província de Lori. Era filho do padre da aldeia. Aos dez anos mandaram-no estudar na capital da Geórgia, hoje denominado Tblissi. Após alguns anos largou os estudos e tornou-se autodidata. Em 1886 redigiu, em versos, o seu primeiro conto, o "Cão e o Gato". Em 1890, já era considerado um dos maiores poetas da Armênia. Tumanian foi uma pessoa muito ativa. Enquanto participava de várias revistas literárias como, por exemplo, a revista infantil "As Espigas", interessava-se também pelos problemas políticos de seu país. Isso não agradava o Czar Alexandre I que o encarcerou. Na prisão, observando o mundo em ebulição, escreveu, sempre em versos, o conto filosófico "A GOTA DE MEL", talvez o mais famoso de seus contos. Seria premonição? Logo em seguida estoura a Primeira Guerra Mundial. Tumanian era poeta versátil e se destacava em todos os tipos de poesia:Lírica, Infatis, Contos, Odes e Provérbios,etc.
Sua inspiração provinha do rico folclore armênio e da crendice popular de sua província natal.
Tumanian morreu em 1923.


terça-feira, 10 de maio de 2011

Immanuel Kant e a menoridade humana

   Em virtude do compatível otimismo iluminista com a proposta deste blog, em relação à possibilidade do homem seguir por sua própria razão, cita-se abaixo, trechos da filosofia Kantiana sobre a menoridade humana:
   Immanuel Kant ou Emanuel Kant (Königsberg (atual Kaliningrado), 1724 até 1804) foi um filósofo prussiano, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da era moderna, indiscutivelmente um dos pensadores mais influentes.
    Kant define a palavra esclarecimento como a saída do homem de sua menoridade. Segundo esse pensador, o homem é responsável por sua saída da menoridade. Kant define essa menoridade como a incapacidade do homem de fazer uso do seu próprio entendimento.
    A permanência do homem na menoridade se deve ao fato de ele não ousar pensar. A covardia e a preguiça são as causas que levam os homens a permanecerem na menoridade. Um outro motivo é o comodismo. É bastante cômodo permanecer na área de conforto. É cômodo que existam pessoas e objetos que pensem e façam tudo e tomem decisões em nosso lugar. É mais fácil que alguém o faça, do que fazer determinado esforço, pois já existem outros que podem fazer por mim. Os homens quando permanecem na menoridade, são incapazes de fazer uso das próprias pernas,são incapazes de tomar suas próprias decisões e fazer suas próprias escolhas.
    Em seu texto "O que é o Iluminismo?", Kant sintetiza seu otimismo iluminista em relação à possibilidade de o homem seguir por sua própria razão, sem deixar enganar pelas crenças, tradições e opiniões alheias. Nele, descreve o processo de ilustração como sendo "a saída do homem de sua menoridade", ou seja, um momento em que o ser humano, como uma criança que cresce e amadurece, se torna consciente da força e inteligência para fundamentar a sua própria maneira de agir, sem a doutrina ou tutela de outrem.
    Kant afirma que é difícil para o homem sozinho livrar-se dessa menoridade, pois ela se apossou dele como uma segunda natureza. Aquele que tentar sozinho terá inúmeros impedimentos, pois seus tutores sempre tentarão impedir que ele experimente tal liberdade. Para Kant, são poucos aqueles que conseguem pelo exercício do próprio espírito libertar-se da menoridade.

Leiam mais sobre "O que é o Iluminismo?" de Kant, em : http://rgirola.sites.uol.com.br/Kant.htm

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O homem virtuoso e a felicidade

(Aristóteles, Kant e Mill - Ilustração de Alex Xavier)
    Há muito que o ser humano busca incessantemente por um modelo ideal de indivíduo, um ser que se aproxime de um utópico modelo de perfeição, no qual todos os seus atos seriam os mais assertivos possíveis, para com ele mesmo e para com a sociedade. No entanto, a dúvida permanece, pois será possível se alcançar o parâmetro estipulado de ser humano ideal?!
   Se for pra nos aproximar cada vez mais da felicidade, não nos custa continuar tentando, haja vista, o ser humano, em cada um de seus atos, esta em busca de alcançá-la, mesmo quando inconscientemente. As pessoas estudam, trabalham, ganham dinheiro, e enfim, fazem tudo o que fazem, apenas em busca de serem felizes. Ninguém estuda pra ficar mais sábio, puramente; estuda-se pra ser feliz. Ninguém trabalha pra ganhar dinheiro, puramente; trabalha-se pra ser feliz. E assim vem sendo. E tudo que possamos fazer pra nos auxiliar na busca da felicidade, faremos, mesmo sabendo que a felicidade não é nada concreto, nada conquistável permanentemente e não é nada com garantia de durabilidade ou de tempo de uso.

   Abaixo citamos breve trecho de texto com filosofia de Aristóteles, que trata sobre o homem virtuoso e a felicidade:

O homem virtuoso e a felicidade:

   "O Estado deve ser uma associação de seres iguais procurando uma existência feliz. O fim último do homem é a felicidade. Esta atinge-se quando o homem realiza, devidamente, as suas tarefas, o seu trabalho, na polis, a cidade. A vida da razão é a virtude.
    Uma pessoa virtuosa é a que possui a coragem (não a covardia, não a audácia), a competência (a eficiência), a qualidade mental (a razão) e a nobreza moral (a ética). O verdadeiro homem virtuoso é o que dedica largo espaço à meditação. Mas nem o próprio sábio se pode dedicar, totalmente, à reflexão.
    O homem é um ser social. O que vive, isoladamente, sempre, ou é um Deus ou uma besta. A razão orienta o ser humano para que este evite o excesso ou o defeito (a coragem - não a covardia ou a temeridade). O homem deve encontrar o meio-termo, o justo meio; deve viver usando, prudentemente, a riqueza; moderadamente os prazeres e conhecer, corretamente, o que deve temer."
Fonte: http://www.vidaslusofonas.pt/aristoteles.htm

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Preguiça de ler?!

     Visto que o ser humano deseja modificar o mundo, e visto que isso até poderia ser feito, se cada um se envolvesse mais com a informação e com o conhecimento e que isto pode estar contido em livros, inclusive; mas que o ser humano tem preguiça de ler, faz-se a seguir, uma singela contribuição ao estímulo da leitura com eficácia, deixando algumas dicas.
     Abaixo seguem sete dicas para se ler um livro com eficiência, porém, algumas dicas, também podem ser aplicadas à textos de blog, inclusive:

 
    1. Pesquise a vida do autor: antes de começar a ler um livro, principalmente um clássico, dê ao menos uma olhada em um artigo de enciclopédia sobre a vida do autor. Não precisa ser uma pesquisa longa. Saber a época em que ele nasceu, com quem o sujeito andava, quem eram os seus conterrâneos e contemporâneos já vai ajudar bastante.
    2. Pesquise a época em que o livro foi escrito: mesma coisa. Situe-se no tempo. Se você começar a ler um livro sem ter a noção do que se passava historicamente quando ele foi escrito será como se você começasse um vôo no escuro e sem decolagem. A situação histórica motivou o autor a escrever sua obra de um jeito e não de outro.
    3. Saiba onde o autor vive e como: se for um autor contemporâneo, pesquise rapidamente sobre o lugar onde ele vive. Vá ao mapa, coloque o dedo sobre a cidade em que ele nasceu. Acredite. Vai ajudar. Você sabe onde fica Lanzarote, nas Ilhas Canárias? Pois é. É onde José Saramago vive hoje.
    4. Leia uma sinopse: essa é controversa. Há quem não recomende. Deixo para que você opte. Mas em alguns casos, esse instrumento pode ajudar a preparar você para o que vai encontrar durante a leitura. Se você for uma pessoa crítica, saberá quando o autor da sinopse tiver se equivocado completamente. Mesmo nesse caso, a sinopse ajudará em seu entendimento.
    5. O livro anterior e o livro posterior: o autor teve outras obras? Qual veio antes e qual veio depois. Situar o livro na bibliografia do escritor é outra forma de entender aquilo que se vai ler.
    6. Com que outras obras o livro se relaciona: em uma época, mesmo que então não se perceba, os livros dialogam entre si e também com livros de épocas anteriores e posteriores. Descubra mais sobre isso e entender e lembrar o que você leu será muito mais fácil.
    7. Enquanto lê, escreva sobre o livro: tudo aquilo para que se dá um uso, ainda que subjetivo e íntimo, tem mais valor. Temos uma tendência a assimilar apenas as coisas a que damos valor. Escrevendo sobre o livro, ainda que apenas um parágrafo, você notará uma sensível diferença. O que ele significou para você? O que se passava em sua vida enquanto você o lia? Esse livro, agora, faz parte de sua própria biografia. Ele é importante.
  •  
  • Outras 12 boas dicas você encontra também no link:  http://livroseafins.com/12-dicas-que-facilitam-seu-habito-de-leitura/ 
  •   Link com 13 listas de sites onde encontrar livros grátis para download : http://livroseafins.com/14-sites-de-livros-gratis/
 

domingo, 1 de maio de 2011

O Iluminismo e o poder do Eu

"O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo".

(Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo)

Não basta conhecer a virtude para ser virtuoso

(Ilustração: Elaine Daniela Nascimento - de 18/08/2000)
Abaixo seguem doze exemplos que caracterizam a estimada postura do indivíduo ideal ou virtuoso que exercerá o poder do Eu, de forma adequada à esta filosofia:

·         Ser bom: dispor sempre de atitudes dignas, honestas, justas e assertivas, mesmo frente ao multiculturalismo e à indefinição ou incompreensão alheia do que é a bondade e seus conceitos.

·         Ser individualista, sem nunca ser egocêntrico ou egoísta, em suas escolhas, frente à sociedade

·         Nunca estimular confrontos e nem usar de violência

·         Respeitar ao próximo, os animais e todos os seres vivos

·         Exigir e obter sempre o mesmo respeito que concede

·         Ter princípios éticos e morais honrosos com base na ecologia e na auto-sustentabilidade

·         Ser competente, eficaz, eficiente e habilidoso em todo trabalho em que se propor fazer

·         Possuir ótimos conhecimentos sócio-culturais, ser e manter-se sempre bem informado e atualizado na máxima diversidade de assuntos possíveis

·         Evidenciar e ser digno do mérito da confiança, honestidade e justiça

·         Ser capaz de motivar, inspirar e estimular seguidores, sem tornar deles subordinados

·        Não ser usuário de drogas: narcóticos, entorpecentes, alucinógenos, estimulantes perturbadores da razão, psicodilépticos, psicodistropicos (ex: tais como: Êxtase ou MDMA, Maconha, Haxixe, Skank, LSD, Ayahuasca, Cogumelos, Mescalina, etc) e nem elevadas quantias de bebida alcóolica, etc.
       Isto porque a alucinação e o delírio nada têm de aumento da atividade ou da capacidade mental: ao contrário, são aberrações, perturbações do perfeito funcionamento do cérebro, tanto que são característicos das doenças chamadas psicoses.

      ·     Aproveitar ao máximo o poder do hoje, do agora, e não viver apenas de nostalgias do passado ou esperanças fantasiosas de futuro



Abaixo, seguem breves  trechos de textos filosóficos, sobre a virtude e a bondade:

“O conhecimento do bem, que Sócrates descobre na base de todas e cada uma das chamadas virtudes humanas, não é uma operação da inteligência, mas antes, como acertadamente Platão compreendeu, a expressão consciente de um ser interior do homem. Tem a sua raiz numa camada profunda da alma, em que já não se podem separar, pois são essencialmente uma e a mesma coisa, a penetração do conhecimento e a posse do conhecido” (JAEGER, 1995: 565).

O conhecimento do bem para Platão era algo mais vasto que a bravura, a justiça, ou qualquer outra virtude concreta. O bem é a “virtude em si” que se revela de modo diverso nas diversas virtudes. Não é possível ter uma parte dela e outra não, de maneira que: “O homem piedoso, que cumpra fielmente os seus deveres para com os deuses, mas que seja injusto para com seus semelhantes e desmedido no seu ódio e fanatismo, não será verdadeiramente piedoso” (JAEGER, 1995: 567).

Isto se explica porque o que geralmente se considera como virtude é um conglomerado de diversos processos unilaterais de domesticação, não raro moralmente contraditórios entre si. Na concepção platônica, o homem virtuoso é aquele que é justo, moderado, valente, piedoso, etc., tudo ao mesmo tempo, pois, do contrário, tais atributos ao invés de expressarem uma verdade universal, seriam meros produtos da normatização social, pois: “...é indubitável que a virtude concreta da valentia pressupõe o conhecimento do bem na sua totalidade” (JAEGER, 1995: 566).

Fonte: http://www.revistamirabilia.com/Numeros/Num1/esboco.htm