sexta-feira, 20 de maio de 2011

Autonomia intelectual

Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”     (Paulo Freire)

(O pensador, de Auguste Rodin)  

 
As instituições de ensino brasileiras são caracterizadas por ensinarem a dependência intelectual em vez da autonomia intelectual.
    A autonomia intelectual e a curiosidade natural são cruciais para uma excelência no ensino e para uma excelência nas investigações.
    As instituições de ensino estão preparadas para ensinar aos estudantes apenas os resultados consensuais de determinada área, e esperam dos estudantes que compreendam os resultados da disciplina em estudo e que saibam aplica-los no desempenho da profissão escolhida.
    Como conseqüência desse método, temos cada vez menos pessoas não sabem resolver problemas reais, só temos pessoas que aplicam (muitas vezes mal) as teorias propostas por alguém, ou seja, ficamos sem autonomia intelectual.
    Quando um problema não é suscetível de resolução científica considera-se que é inútil tentar resolve-lo, como é o caso da filosofia que trata de problemas abstratos, porém fundamentais da ordem do ser, dos valores e do conhecimento.
    Todavia a filosofia esta dentro deste sistema educacional, e por isso ensina-se história da filosofia ou mesmo aprecia-se a beleza estética dos textos filosóficos, em vez de se ensinar a filosofar.
    Filosofar é saber formular ou reformular problemas, teorias e argumentos originais. Compreender não basta é preciso ter uma atitude ativa diante dos textos e não é preciso décadas de estudo intenso.
    No final das contas, somos como um boi reprodutor, apenas somos capazes de reproduzir, reproduzir, reproduzir, reproduzir...

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