sábado, 14 de maio de 2011

O que determina o ser humano?


Se pensarmos a razão como essência e não como modelo de pensamento, podemos inferir que ela coexiste ao ser humano (é inseparável), mas será que a razão é o que determina o ser humano?

A psicanalista inglesa Melanie Klein, transformou totalmente a doutrina freudiana clássica e criou não só a psicanálise de criança, mas também uma nova técnica de tratamento de análise didática.

Sua teoria inicia-se na vida intra-uterina, onde o feto tem a experiência de paraíso (vida de plena), pois não há preocupação, não há dever só prazer.

Quando do nascimento a criança experimenta um trauma (expulsão do paraíso) e inicia seu contato com o mundo, normalmente através da amamentação (dependência da mãe). Além disso, também se inicia a construção da psique da criança que, para Freud se dá á partir dos 3/4 anos, enquanto para Melanie Klein à partir dos 3 meses.

O inicio da construção da psique é marcado por uma guerra entre ID (pulsão de vida - instinto), EGO (princípio organizador) e SUPEREGO (contrapeso, moralidade). Esta guerra é iniciada pela introjeção do seio bom (objeto bom) ou seio mau (objeto mau), isto quer dizer, se a criança é bem amamentada e se sente satisfeita ela introjeta o seio bom, caso isto não ocorra, ela introjeta o seio mau.

Nestes termos, a estrutura psíquica do ser humano tem origem nos afetados, isto quer dizer, a forma com que a criança é afetada pelo objeto é que determinada sua ação, então, o que determina o ser humano são os afetos e não a razão. A razão é uma propriedade do ser, ela dita os limites que permitem organizar o caos que somos.

Porém, se os afetos impulsionam nossa vida, não será necessário uma dose de delimites, porque criamos na nossa sociedade um número excessivo de limites que não se justificam perante a vida e que não existem como meios para atingir a própria vida.

Além disso, não será necessário revermos o modelo de pensamento racional, que para se manter como modelo de discurso, afastou todos que atentassem contra ele – os que deliram se excedem se desequilibram. Quando a razão se tornou o ideal de interpretação do mundo, a ausência de razão passou a ser o que devemos excluir banir da sociedade.

Somente, tendo em mente o que determina o homem e o modelo de pensamento que dita nossas ações, é possível pensarmos um sujeito autônomo que haja no mundo de forma consciente.

Dica de vídeo palestra – CAFÉ FILOSÓFICO CPFL CULTURA: Como viver a intensidade dos afetos? Essa é a pergunta que Nelson Lucero e Viviane Mosé respondem neste Café Filosófico.
http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/11/19/integra-o-que-podem-os-afetos-viviane-mose-e-nelson-lucero/

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