segunda-feira, 18 de abril de 2011

Seminário -Parte 1 de 2- A crise da razão

Seminário da disciplina de Comunicação e Expressão - Apresentado em 15/04/2011
Tema: A crise da razão e uma idéia de solução.
Dividido em duas partes, sendo:

1º PARTE - RAZÃO


* O que é razão?

* A crise da razão. – Francis Wolff (filósofo)

* Diagnóstico (moderno – pós moderno) – Zygmunt Bauman (sociólogo)



2º PARTE – PODER DO EU


* Reconstrução

* Alteração – Max Stirner (filósofo)

* Modificação – Mahatma Gandhi (fundador do Satyagraha)



    Recorte do texto (Boaventura) – crítica ao racionalismo cientificista e a necessidade de perguntas simples e fundamentais.E o oferecimento da idéia da auto-percepção sobre o “Poder do Eu”.


                                                    Resumo da Parte 1:



Um breve diagnóstico da pós-modernidade

“O sonho da razão produz monstros” – Goya

A razão é natural nos homens ou foi construída pela civilização?
Antes de responder a esta pergunta, necessário se faz, responder uma outra pergunta fundamental: o que é razão?
Costumamos chamar de razão a capacidade que todo ser humano tem de criar e articular palavras e pensamentos. Por isto, dizemos que o homem é um animal racional que fala, pensa, tem idéias, etc.
Chamamos também de razão um modelo de pensamento, tipicamente ocidental, que nasceu entre os gregos e se tornou o orientador da conduta humana no mundo.
Foi no século V A.C. na Grécia Antiga, que o processo para o surgimento deste modelo de pensamento se iniciou da “passagem do mito à razão”, mas foi com Sócrates e Platão que este modelo de pensamento se consolidou, tornando-se exigência de nossa civilização.
Portanto, a razão não é natural nos homens, como se acredita. Ao contrário, foi constituída pela cultura e é um produto da nossa civilização*.
Nestes termos, a idéia fundamental inaugurada por esta espécie de pensamento (racionalismo) é de que tudo poderia ser compreendido pelo homem através da razão.
É importante ressaltar, que este modelo de pensamente nasce com sua crise, isto que dizer, que a razão não veio substituir de maneira uniforme o mito, mas racionalidades diversas e conflituais.
Assim, ao longo da história foram sendo criados conceitos que se contrapusessem à razão, porque em toda determinação racional existe um margem de indeterminação, um dado ainda a determinar. Esses contrapontos produziram imagens da razão que, em última instância, levam à negação da própria idéia de razão, abrindo desta maneira caminhos para as crises.
Diante deste modelo de pensamento, qual foi o legado da modernidade para nós?
A Idade Moderna se desenvolveu sob as seguintes crenças: a transformação do mundo através da ciência e da racionalidade, acreditava-se que somente pela razão o homem poderia compreender os fenômenos naturais e sociais, substituímos um sistema de valores por um sistema de conhecimento que nos assegurava no mundo, e pensávamos que alcançaríamos a autonomia (ficamos autônomos, só que pra onde eu vou mesmo?).
Nestes termos, a modernidade fracassou nas teorias que nos venderam, a consciência pós-moderna é antes de tudo a consciência do fracasso modernidade.
Na passagem da modernidade para a pós-modernidade o sociólogo Zymunt Bauman vai dizer em seu livro “O mal-estar da pós-modernidade”:

“O valor supremo da pós-modernidade é a vontade de liberdade, que acompanha a velocidade das mudanças econômicas, tecnológicas, culturais e do cotidiano. Daí resulta um mundo vivido como incerto, incontrolável e assustador – bem diferente da segurança projetada em torno de uma vida social estável ou em torno da ordem...”
Diante de um mundo incerto, incontrolável e assustador, o que resta para nós, homens e a mulheres pós-modernos?
       *Dica de filme: “O enigma de Kasar Hauser” (1975, Alemanha, direção: Werner Herzog) - Um garoto é criado num porão, longe de qualquer contato com outros seres humanos, até completar 18 anos. Sem saber falar, andar, ele é levado para cidade, onde é objeto de curiosidade e desprezo da população local. Indico este filme para reforçar a idéia de que a razão como modelo de pensamento é produto de nossa civilização.
*Dica de livro: “O mal-estar da pós-modernidade” (Zygmunt Baumam, 1999, ed. Jorge Zahar): O autor faz uma vigorosa reflexão sobre as ansiedades modernas, estabelecendo nexos diretos com o famoso livro “O mal-estar da civilização”, de Freud.

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